domingo, 7 de agosto de 2011

Felicidade

Acabei trazendo para nossa conversa, que pelo menos para mim tem sido estimulante, e saborosa como as palavras da última postagem de Mercedes, o tema da felicidade.
Parafraseando a poetisa brasileira Cecília Meireles:
Felicidade é palavra que não há quem possa explicar /
E não há quem não entenda.
Que belo paradoxo, diante desse desafio.
Invoco a felicidade para que faça parte de nosso debate, porque vejo a autoeducação vitalícia bem longe de qualquer risco de confundir-se com um hedonismo, mas pelo outro lado, por vezes próxima de uma prática ascética que corre o risco de ser interpretada pela tradição cristã na qual estamos mergulhados, como um preceito moral ao qual devemos nos converter.
Acredito não ser esta a posição do Prof. Kikuchi, o qual já ouvi criticar o M. Kushi por ter aproximado a macrobiótica de uma religião.
A grandeza da autoeducação vitalícia está no livre pensamento, e não no dogma, está na pluralidade e na multiplicidade de possibilidades e não na doutrina a ser seguida.
Isto permite pensar a felicidade como uma produção desejante única para cada um, seja com mais planejamento, ou seja de forma mais caótica.
Felicidade como realização estética da produção de si mesmo, produção de si para si e para os outros, com seus inumeráveis treinamentos, infindáveis encantamentos e aprendizados, a partir do cuidado de si e dos outros, e não do conhece-te a ti mesmo, pois não se trata de conhecimento de si, mas de criação de si, sendo cada um uma completa invenção de si mesmo.

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