terça-feira, 9 de agosto de 2011

LIBERDADE , LIBERDADE , LIBERDADE




Prezados companheiros de seminário e de processo educativo, agradeço a disponibilidade destes encontros virtuais com a oportunidade transformadora de trocar dúvidas, esperanças, saberes e completar lacunas pelas experiências de cada um. Este é um texto que escrevi no início do blog, mas não soube postar. As coisas andam tão rápidas que posso estar desatualizada e ainda assim disposta, já que palavras fortes estão sempre a marcar na mente, buscando aplicação útil em nossa vida.
Voltei de Mairiporã como sempre acontece, cheia de imagens e muito para pensar. Comprometida com a aplicação individual / solidária do critério educativo, procurando dar utilidade às orientações percebidas nas palavras do professor/professora, confirmando entusiasmada a alavanca viva que o seminário representa em todas as oportunidades que oferece.
Uma palavra entre muitas foi a que muito marcou: liberdade.
Ronda a mente, exige respostas, define experiência e comportamentos. Ouvi nos diálogos mantidos e nos espaços concedidos frases de sentido, que associo ao tema, e a busca consciente/inconsciente, de uma realidade libertadora. Já perdidas no ar, mantidas no eco, foram algumas:
“... é casei, mas isso não vai dar certo.”
“... comprei um bem caro, agora tenho que pagar.”
“... preciso sair, tomar um café, comer um doce.”
“... a situação da Europa a mim não atinge.”
“... passamos a entender a morte de uma forma diferente.”
“... eu só gosto da comida, a palavra não me sensibiliza.”
“... minha auto-educação é meu foco.”
“... uma rotina interminável de cozinhar e servir.”
“... pedras que rolam não criam limo.”
“... devo a Deus minha vinda aqui.”
“... este é o nosso critério.”
Então fico relacionando minhas ultimas reflexões sobre liberdade, que contribuíram na roda de mulheres, são presentes no meu imaginário educativo e divido com vocês.
Um mestre tibetano, que aprecio ler sem compromisso com o budismo, oferece uma chave para atingir a liberdade absoluta. Orienta o mestre que para conquistar a liberdade temos que nos livrar dos venenos da mente que prejudicam nossos relacionamentos (internos/ externos). São eles: a ignorância, o apego, o desejo, a aversão, a inveja e o orgulho. Cada uma destas palavras tem um desdobramento de possibilidades que nos confrontam com nossas precariedades, valores, aspirações. E aqui um embate, pois confirmamos uma busca paradoxal, útil para auto-reflexão transformadora, mas exercício para uma liberdade relativa. São porções dialéticas, desafios educativos individuais e solidários, que perderão a forma/função se nos levarem à felicidade da liberdade absoluta. Mas se soubermos utilizar cada palavra, atualizando nosso critério educativo, que tudo inclui e renova, qualificamos vontade, sentimento e mentalidade. Um ensinamento tradicional servindo à emergência de educar, vitalizando, polindo a personalidade, integralizando.
Na potência aplicada da palavra útil uma alavanca para liberdade, em cada frase a possibilidade transformadora de realidades caóticas e inspiração que alimenta. Integrando à experiência de lapidação individual o compromisso educativo com a liberdade para todos, superando modos individualistas, construímos um novo estilo possível de relacionamento para todas as esferas da vida.
E por aí vai juntando recursos, minha mente pensante/imaginatória, meu potencial auto-reflexivo libertador, que me integra num pouco de vós.
Possa eu dizer, ouvir, compreender, reconhecendo limites da minha liberdade elástica.
Para Mercedes e quem quiser aproveitar.
A alga Nori utilizada para fazer sushi tem dois lados. Como num tecido delicado um lado é o avesso, mais áspero e o outro é liso. Basta levantar a folha de alga contra a luz e ver esta diferença. O lado liso apoiamos sobre o sudari e no lado áspero colocamos o arroz. Como diz Dona Bernadete, dialogando vamos percebendo né .
MarisaG.


Texto de Marisa

Um comentário:

Haru disse...

¡Gracias, Marisa! Espero recordarlo la próxima vez.