terça-feira, 2 de agosto de 2011

PLANEJANDO

Planejar tem origem na palavra PLANO. Planejar é fazer um plano. Em matemática (cuja ciência é tida por Arquimedes de Siracusa como "a mais alta das ciências, o mais alto dom que Deus deu aos seres humanos") para se ter um plano são necessários no mínimo 3 pontos não colineares interligados que formam o triângulo, que é o plano mínimo em matemática. Isto é, sem estes 3 pontos não existe a possibilidade de existir o plano. Em nossa vida, a base de nossa existência, o alicerce de nossa existência, é o corpo físico que temos. E para existir este corpo físico faz-se necessário existir um plano, faz-se necessário existir um planejamento, diário, semanal, mensal, anual. E este plano físico, este planejamento físico, é o que temos aprendido a respeito da culinária ternária na escola de educação vitalícia, a qual conheço e estou cotidianamente reconhecendo fazem 21 anos e na qual participei solidariamente e educativamente (morei na Escola Musso/Satori) por 7 anos. Culinária ternária aprendi como sendo uma culinária que tem 3 partes bem distintas (3 pontos não colineares), que são: (1) seleção e aquisição dos ingredientes do prato a ser feito, (2) preparação criteriosa destes ingredientes e (3) ingestão, mastigação, digestão e assimilação dos pratos feitos, lembrando que a mastigação integral consiste não apenas da mastigação bucal, mas também da mastigação do corpo inteiro que se traduz por movimentação física diária. Conseguindo realizar estas 3 partes cotidianamente, consegue-se então ter o planejamento físico diário realizado. Mas falhando em uma ou mais destas 3 partes, a matemática nos prova não ser possível, então, obter o plano. Com apenas um ou dois pontos é impossível obter um plano, são necessários os 3 pontos para a consecução do plano, consecução do planejamento. Por isso, na aplicação diária do critério vitalício, ao menos a nível culinário, que é o nível básico, é preciso estarmos sempre atentos a esta realidade ternária, estarmos sempre atentos a este triângulo básico formado por estas 3 etapas fundamentais de nossa culinária. Se observarmos criteriosamente a sociedade atual, constataremos que a causa principal de os seres humanos atuais estarem com o corpo físico em péssimo estado, profundamente doentes, é com certeza o fato de a culinária humana atual estar falhando em um ou mais pontos que mencionei anteriormente. Acredito eu que, diante desta situação de relativa tragédia em nossa sociedade humana, tragédia esta que é visível em todo o mundo, em todos os lugares, acredito que cabe a nós que temos certo conhecimento (e reconhecimento) de causa, termos a responsabilidade de aplicarmos cotidianamente em nossas vidas a culinária ternária salvadora que estamos aprendendo na escola de educação vitalícia, para que assim possamos estar relativamente íntegros para nós mesmos e também para servirmos de exemplo para os que de nós se aproximarem com interesse de também aprender esta arte tão fundamental e tão necessária para os dias atuais. Na Escola Musso aprendemos que a palavra é a alavanca mais poderosa que existe. Assim sendo, estou me utilizando de palavras neste blog que foi feito com o intuito de interligar as pessoas difundindo este conhecimento tão precioso, e lembrando algo que o professor Kikuchi sempre diz: "Um exemplo vale mais do que mil palavras". Assim sendo, então, o nosso exemplo pessoal é mais do que mil vezes mais poderoso do que a palavra que já é a alavanca mais poderosa que existe. Fica assim provado, por A mais B mais C, o tamanho da responsabilidade que é mantermos e aperfeiçoarmos o nosso exemplo pessoal para nós próprios e também para os que estão a nosso redor, pois é este nosso exemplo pessoal que vai funcionar como uma alavanca no sentido de sensibilizar os que estão a nosso redor para a possibilidade deles mesmos também teorizarem e praticarem o que temos teorizado e praticado, no que diz respeito à educação vitalícia. É claro que além do nível físico individual, também existem outros níveis (conjugal, familiar, comunitário...), mas tal e qual aprendi lá na Escola Musso, se de início já errarmos o primeiro número de um telefone num telefonema, com certeza a ligação não vai dar certo. E em nossa existência o primeiro nível, o primeiro "número a ser discado" é o nível fisiológico individual, em cujo nível, nestes 21 anos de educação vitalícia, é onde observei que muitas pessoas se descontrolaram e por isso até perderam suas vidas porque, com certeza, falharam no planejamento diário de suas refeições. Se cada um comentar as postagens, teremos mais pontos de vistas, e então poderemos obter mais coisas além de um ponto, podendo chegarmos a uma reta (que é formada a partir de dois pontos diferentes; dois pontos de vista), ou então um plano, ou até melhores formações ainda, formada com mais pontos de vista. O blog está aqui para isso. Vivaoexemplo !!!

3 comentários:

Ricardo Moebus disse...

Achei muito interessante partir da concepção matemática de plano, formado por três pontos não colineares, para se pensar a ternaridade no planejamento da cozinha vitalícia. Por outro lado, apesar de concordar com a importância do exemplo prático, me preocupa o peso de uma exigência moral de se servir de exemplo para os outros, com o risco de se viver esse imperativo categórico acima de tudo, até mesmo do compromisso com a própria felicidade.

Haru disse...

Interesante el 1, 2, 3 de la cocina. Otro que escuché de Diego de Colombia, y tiene que ver con la selección de de alimentos, es: 1a integral, opuesto complementario (o.c.) de refinado; 1b natural, o.c. de procesado; y casero, o.c. de industrial.
Por otro lado, me interesa preguntarle a Ricardo que entiende por "felicidad". Te oi mencionar la felicidad en el panel sobre solidaridad y me da curiosidad saber cómo la definís.

Luís Marcelo disse...

Sobre o que o Ricardo comentou a respeito de ser um peso a exigência moral de se servir de exemplo para os outros, com o risco de se viver esse imperativo acima de tudo, entendo que seja possível ser um exemplo sem necessariamente encarar isto como algo imperativo, isto é, termos uma postura de responsabilidade mas nem por isso precisar deixar de ser feliz, muito pelo contrário, ter principalmente o compromisso de ser feliz para si próprio e naturalmente, consequentemente, funcionar como o exemplo a que me referi no artigo que postei. É claro, que em teoria tudo isto é uma coisa, mas na prática às vezes é diferente. No aikidô, quanto mais se treina e mais ameaças de golpes surgem, a responsabilidade é cada vez maior da pessoa que recebe os ataques, mas paradoxalmente, ao invés de se ficar tenso ou compromissado de forma imperativa com a necessidade de resposta a ser dada ao "inimigo" que lhe ataca, ao invés disto fica-se o mais relaxado e natural possível, possibilitando uma resposta vigorosa mas não violenta. Usei esta analogia para tentarmos chegar a um entendimento melhor desta questão de sermos exemplos vivos atraentes e convincentes, sem necessariamente concebermos isto como algo que deva ser uma obrigação imperativa.