segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Duvidando

Quero compartilhar com vocês que esse tem sido um espaço de trocas muito estimulante para mim. E as últimas postagens do Gilberto e Mercedes me fizeram pensar em muitas coisas, entre elas:
Que se podemos pensar um movimento que dos pensamentos leva às palavras, destas às ações, à personalidade, ao destino; também podemos pensar esses fluxos em outras direções. As palavras levam aos pensamentos, e aí reside a milenar magia das histórias, e da leitura. As ações levam às palavras, Piaget, por exemplo, ressalta que desde a primeira infância, as ações conduzem ao aprendizado das palavras e dos pensamentos, a experimentação motora, o agir comunicativo, é gerador de possibilidades de pensamentos e palavras. Então, precisamos pensar para agir, mas também precisamos agir para pensar, alguns pensamentos só se tornam possíveis a partir de certas ações, todos nós já experimentamos isso tantas vezes. Isso também lembra o velho tema da Práxis. Se ficamos pensando, e não agimos, podemos fazer uma bela teoria, mas vai faltar a prática; se agimos intensamente, sem reflexão, podemos ser meros executores, tarefistas, irrefletidos, sem consistência. E qual é o principal? qual é o secundário?
Para responder essa pergunta, precisamos de outra, que é o Quando?
Quando agir é o principal e quando agir é o secundário. Isto introduz a temporalidade, a oportunidade, a ocasião, que os gregos chamavam de kairòs. Em certo momento, pensar pode ser principal e agir pode ser secundário. Não tem uma regra fixa, válida para a vida, como se ela fosse um bloco homogêneo. Em dadas circunstâncias, por exemplo, estou acidentado, acamado, atropelado, dependência pode até ser principal e independência secundário.
Também cozinhar como um agir revolucionário, um devir revolucionário, traz o tema do kairòs, porque nos remete à micropolítica e à revolução molecular, e esse parece ser o tempo de sua principalidade.

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