segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Terceiro Elemento

Quero recordar uma postagem da Mecedes em que ela contou de forma muito comovente seu encontro de confirmação da terceira força. E essas últimas postagens sobre homem e mulher me lembraram disso.
Qual é a terceira força nesse binarismo homem/mulher? Qual é o elemento Rang dessa pareja? como é o terceiro elemento dessa diferença sexual? terceiro elemento que desequilibra e bota a roda prá rodar.
Nem estou querendo falar aqui de terceiro sexo, ou quarto ou quinto, nem de curiosas experiências de intersexo, de transexualismo, ou de GBTLS (movimento dos gays, bissexuais, transexuais, lésbicas e simpatizantes).
Acho que o terceiro elemento é o devir.
Uma mulher não nasce pronta, um homem também não. O devir-mulher, o tornar-se em certa medida, o fazer-se mulher pode ser pretensão, ou intenção de um ou de outro. O devir-homem mesma coisa.
Não estou negando as imensas e maravilhosas diferenças que existem no fato de ter o cromossomo XX ou XY, ou XXY em alguns casos.
Mas, se arriscarmos dizer, genericamente, uma qualidade que todas as mulheres compartilham, ou uma característica de todos os homens: por exemplo, as mulheres são intimistas, ou, os homems gostam de falar. Acho que vamos sempre errar.
Pelo simples fato de que vamos conhecer mulheres que não são intimistas e homens que não gostam de falar. E não me parece auto-educativo, ou vitalício, ou flexível, nem solidário, acharmos que nós vamos dizer quem está certo e quem está errado de ser o que é.
Todos nós vamos construindo movimentos de identidade e de desidentidade, portadores de devir-mulher e devir-homem que somos.
O poeta brasileiro Caetano Veloso cantou: "Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é."
Por outro lado, não advogo aqui um relativismo ingênuo, um "Vale tudo, vale o que quiser".
Não acredito em relativismo irresponsável, e acho que o simples relativismo leva ao niilismo estúpido (nada faz diferença, então tudo dá no mesmo). Pelo contrário, acredito na busca e na construção permanente do Krytèrion, para lembrar essa concepção grega da ferramenta do discernimento.
Mas, ninquém é dono da verdade absoluta nem mesmo sobre si, o que dirá sobre outros e os planos da natureza.
Essa estatística com a qual a Mercedes nos brindou é muito reveladora, essa e a postagem do Gilberto me lembram uma leitura que quero compartilhar com os caros colegas desse blog, "Vida para Consumo" de Zygmund Baumam.
Abraço a vocês.


2 comentários:

Haru disse...

En concordancia con el comentario de Luíz Marcelo en el post de Gilberto y con ese aporte de Ricardo, creo que lo mejor que uno puede hacer es ocuparse de sí mismx: ser el cambio que quiere ver en el mundo.
Es interesante pensa al tercer elemento como aquello que nos hace individuos, aquello que nos hace únicxs. Y vuelvo sobre el tema de la felicidad.
Hace un tiempo, al pasar por la vidriera de una librería, vi de reojo un libro con un título tan revelador que no hizo falta comprarlo. El título era El que es feliz no se equivoca, o algo por el estilo. Pensando a la felicidad no como algo que nos sucede, no como algo que sentimos sino como una decisión, una manera de ver la vida comprensiva e integral. La felicidad como habilidad, si se quiere.
Varias veces al año hay circunstancias que me recuerdan el título de aquel libro. ¿El misterio?: nunca más pude encontrarlo, ni saber quién lo escribió. Ni siquiera sé si ese era el título exacto. ¿Habrá existido realmente?

Gilberto disse...

Continuando nossas divagações filosóficas, é da minha compreensão que o binarismo mulher/homem se consolidada enquanto existência ternária no momento que este homem se torna pai e esta mulher se torna mãe, pois o filho é o elemento desequilibrador da relação .
Com relação ao comentário de Mercedes sobre o que nos hace únicos me remete a uma famosa frase do Lao Tse. Um produz Dois , dois produz Três e Três produz tudo .Veja bem, não existe Um sem Dois , pois o Dois é que justifica a existência do Um.E Dois se manifesta numa ternariedade , ou seja no Três.
Ricardo coloca o devir como terceiro elemento . A FORMAÇÃO do homem e da mulher presupõe um movimento , ou seja é uma FORMA que entra em AÇÃO. A formação é a realidade presente da forma que esta constantemente se transformando .
Estes devaneios filosóficos nos tiram do cotidiano , tento evitar uma dissociação entre teoria e prática , mas não e´ fácil. Abraço em todos